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All power to the people


“As identidades e experiências negras são locais e translocais. Alimentam-se tanto de referências políticas quanto de estéticas que não obedecem às fronteiras dos estados nacionais. As geografias e comunidades de pertencimento podem ser imaginadas e constantemente alargadas. A história dos Panteras Negras não se encerra nos Estados Unidos. Compõe um capítulo importante nas lutas políticas transnacionais desenvolvidas por pessoas negras oprimidas em toda a diáspora em busca de liberdade, poder e autodeterminação. Por isso, permanece viva e presente.”

(Raquel Barreto, trecho final do artigo “Os Panteras Negras e o Brasil: notas sobre uma história da diáspora”. O belo texto da pesquisadora integra o catálogo da estupenda mostra “Todo poder ao povo! Emory Douglas e os Panteras Negras”, em cartaz no Sesc Pinheiros, em São Paulo, até o dia 4 de junho)

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Escovinha ou função, um breve estudo sociológico

'Back in black' (1986), do Whodini; “I’m a ho!” é a quarta faixa do álbum Dia desses, no Facebook, o amigo Neco Gurgel postou uma música do Whodini, a clássica “I’m a ho!”. Nos bailes black de periferia, o refrão da faixa era conhecido e sobretudo cantado como “Desamarrou (e não amarrou)”. Paródias do tipo eram bastante comuns naqueles tempos, final dos anos 1970, começo dos 1980. Na tradução marota da rapaziada, o funk "Oops upside your head", da Gap Band, por exemplo, ficou informalmente eternizada como "Seu cu só sai de ré". Já “DJ innovator”, de Chubb Rock, era “Lagartixa na parede”- inclusive gravada, quase que simultaneamente, por NDee Naldinho, em 1988, como “Melô da lagartixa”. A música do Whodini, lançada em 1986, remete a um fenômeno que tomou as ruas do centro de São Paulo, e periferias vizinhas, antes da cultura hip hop se estabelecer de fato: o escovinha, também chamado de função. Em “Senhor tempo bom”, de 1996, os mestres Thaíde & DJ Hu