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Mostrando postagens de julho, 2010

O péssimo profeta ou como acabar com um domingo

"Vibre mais com as coisas, Rodrigo!", é o que minha mãe sempre diz Érico Birds, o falso profeta e André Satoshi. O Ricardo Mix está lá atrás, arrebentando na bateria. Fotos: Ronaldo Franco Descobri que sou um péssimo profeta. Sentindo-me uma versão pop do João Batista bíblico, aquele que teve a cabeça cortada, previ aqui aos senhores que eu, juntamente com os comparsas de Mickey Junkies, estaria com toda a alegria do mundo no palco do Carioca Club, no último domingo, dia 25. Quebrei a cara. Paguei a língua. A alegria do mundo passou longe da Cardeal Arcoverde, ao menos pra mim. Claro que a possibilidade de tocar com Yo-Ho-Delic, Anjo dos Becos (meus patrícios) e os norte-americanos do Fishbone conspirava para a previsão empolgada. E quero dizer que a frustração não está relacionada a nenhum dos grupos citados. Estivemos todos juntos em um agradável jantar de confraternização na terça-feira, 20. No dia seguinte, entrevistei o vocalista Angelo Moore, conhecido também como Dr.

Um lugar legal pra estar

(When the music stops) Ela me disse casualmente que havia notado a mancha de sangue na minha camisa Disse a ela: Não se preocupe, não é nada Ela respondeu: Eu não tô preocupada Resmunguei: é melhor assim Achei que podia me divertir um pouco assistindo uma luta de boxe na tv Tirei a camisa manchada de sangue e joguei no tanque Ela vestiu uma micro-saia e saiu pra rua Abri uma cerveja e resolvi esperar Os ponteiros do relógio eram guilhotinas no meu pescoço Quando ela voltou, não falei nada Fiquei no escuro vendo ela se mexer deixando cair sua saia no caminho pro banheiro Deixou a luz acesa e ouvi o barulho não vou usar de eufemismos nesse momento pra dizer o que ela estava fazendo somos um casal com tempo de serviço nossa indiferença mútua provava isso meu enorme peso no sofá atestava isso Ela acendeu um cigarro no escuro da sala e a chama do isqueiro fez com que ela me notasse "é mais difícil do que você imagina" , ela disse e o seu desprezo me acertou como um blefe de pôquer

Eek-a-Mouse no ombro

Eu mesmo, o gigante jamaicano Eek-a-Mouse ao microfone, as meninas, o Jimmy: madrugada desta quinta-feira em São Paulo. Babilônia? Foto: Fernandha Araújo

Hoje

Hendrix na entrevista de emprego

"Bom currículo, senhor Hendrix... Mas você tem experiência?". Ahahah, muito bom. Valeu, Matias .

Homem-Aranha e as más, ao menos pra mim, novas

Homem-Aranha com o uniforme do Quarteto Fantástico? Não, não... Leio no Capacitador que a Marvel anunciou novidades do querido Homem-Aranha na mais recente Comic-con, nos EUA. Uma delas está relacionada ao uniforme e outra ao trabalho em equipe, posto que ele vai integrar o Quarteto Fantástico. Como fã xiita do aracnídeo (tive até roupinha quando moleque), não aprovo as mudanças. Se bem que a minha opinião não vale de merda nenhuma, né? Já está tudo definido. A Marvel, vale lembrar, foi comprada pela Disney no ano passado. Resta-me então ir ao acervo particular ou olhar para o meu ombro direito. Está aqui um Homem-Aranha solo, no inesquecível traço de Todd McFarlane, gravado e imutável. Ao menos na minha tatuagem o uniforme do herói não vai sofrer alterações.

Oração

"Rosinha Desossée, me tire desse quarto de hotel e de todas as coisas que entram pela janela; me leve para longe das palmeiras, mais longe e perto das coisas mais macias; me faça esquecer (depressa) os homens ruins — isto é: os que gostam de cebola crua; me ensine, Rosinha Desossée, tudo o que eu não aprendi: a cortar com a mão direita, a usar anel, a tocar piano, a desenhar uma árvore e valsar; e me lembre do que eu esqueci — raiz quadrada, (as mais ordinárias), frações, latim, geofísica e "Navio Negreiro", de Castro Alves; depois, me dê, pelo bem dos seus filhinhos, aquilo que eu não tenho há quase um ano, carinho — de um jeito que eu não sei dizer como é, mas que há, por aí ou, pelo menos, já houve; destelhe a casa, deixe a noite entrar e, juntos, vamos nos resfriar; espirre de lá, que eu espirro de cá... agora, cada um com a sua bombinha, inalação, inalação; lado a lado, sentemos, os dois de perfil para o ventilador; minhas mãos e as suas não são de ninguém, entendid

Hoje

Zeroum e os discos do Yupo

Meu chapa Paulo Beto, o Anvil FX (com quem tive o prazer de regravar a faixa “Alguma coisa vai dar” para o tributo ao Fellini, Isso não é exatamente uma reverência , que, reza a lenda, sai em setembro; mais detalhes em breve), avisa que sua banda Zeroum inicia mini temporada, aos sábados, no Otto Bistrot. O convidado de hoje é o Miguel Barella, guitarrista e amigo que a gente cultua desde os tempos em que o homem militava em grupos como Agentss, Voluntários da Pátria e Akira S e as Garotas que Erraram. Foi aluno do Robert Fripp, do King Crimson, por exemplo. Caso muito sério o Barella. Fora a música que banda e convidado vão praticar no palco, outro atrativo da noite será a sedutora banca de vinis do grande Yupo. O conheci há pouco, por intermédio do PB, e graças a ele já figuram em minha coleção alguns discos incríveis. Sugiro que os senhores levem alguns reais a mais para sair do bistrot com um sorriso ainda mais largo na cara. O acervo do Yupo também pode ser encontrado no ender

50 anos, versões e clipes

A bela Shingai Shoniwa, dos Noisettes, nos apresenta seu par de botinhas As comemorações do cinquentenário das botas Doc Martens têm rendido ações interessantes. Em uma delas, a lendária marca - cujo primeiro par de sapatos saiu de uma fabriqueta inglesa no dia 1º de abril de 1960 para cair nas graças da classe operária e da rapaziada da contracultura - convocou uma série de artistas para gravar inusitadas versões de músicas de terceiros. As interpretações também viraram clipes. Na lista estão Noisettes interpretando “Ever Fallen In Love With Someone You Shouldn't've”, do Buzzcocks; Black Rebel Motorcycle Club tocando "Dirty Old Town", uma das criações do The Pogues; The Duke Spirit visitando “If The Kids Are United”, clássico do Sham 69, entre outros. Muito bacana, vejam só .

Laerte

Hoje

tem show dos amigos do Baudelaire na Cidade Trabalho. A ver.

Enquanto isso, em 1956

Polícia interrompe sessão do filme "Ao Balanço das Horas", com Bill Halley and His Comets, no Cine Paulista da rua Augusta, em São Paulo, devido à algazarra promovida por jovens na sala. O filme apresenta o novo ritmo norte-americano, o "rock and roll". Proibidos de dançar, os jovens gritavam, xingavam e soltavam bombinhas. (São Paulo, SP, 20/12/1956. Foto: Folhapress) Vi aqui .

Marlon Brando e o paparazzo

Devidamente paramentado, o paparazzo Ron Galella volta a fotografar Marlon Brando após ter tido a mandíbula quebrada pelo ator ao tentar fotografá-lo em Chinatown. Post surrupiado do Urbe .

Hoje

Terceiro do duo

Eba! Saiu o terceiro disco de Isobel Campbell em parceria com Mark Lanegan . A produção responde (responde?) pelo nome de Hawk e o Maia fala mais a respeito.

Pernas

de Polly Jean Harvey. Valeu, Matias .

Falando em rock

É o que diz o cartaz, irmãos e irmãs: no próximo dia 25 de julho, os Mickey Junkies dividem o palco do Carioca Club, em São Paulo, com Yo-Ho-Delic, Anjo dos Becos (ambos nossos parceiros de cena old school paulistana) e os norte-americanos do Fishbone, uma das nossas bandas prediletas desde sempre. A festa começa às 19h e nós, os Mickey Junkies, abriremos os trabalhos. Vai ser uma matinê agitada. Quase uma daquelas tardes de domingo das quais cantava o Rei Roberto. Ou ainda, parafraseando o seriado de TV, um That 90’s Show. Estão todos devidamente convidados. Cheguem cedo para testemunhar as nossas novas e velhas canções. Surpresas estão por vir. De nossa parte, estaremos lá no tablado com toda a alegria desse mundo.

Paulo Moura (1933-2010)

Um dos maiores instrumentistas da música brasileira, o trompetista, saxofonista, compositor e arranjador Paulo Moura morreu no final da noite desta segunda-feira, 12, na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. Tinha linfoma. Bom, digo que foi um privilégio tê-lo visto em ação algumas vezes.

Nós e o Television

Sem rede, que acolhe impactos, ei-nos aqui seguros nos braços da Vênus de Milo.
"A vida atropela. E são poucos os que conseguem atropelar a vida, isto é, que conseguem dar uma resposta tão sacana, estúpida e filhadaputa quanto: à altura. Somos trucidados diuturnamente e nos deixamos levar pelo fluxo. Dóceis. Existimos em função de arriar as calças, pedir perdão e esperar por um final – se possível – bem administrado: dentro das expectativas mais civilizadas, acompanhados do amor e dos óculos escuros das respectivas filhas, cunhadas, amantes e entes queridos." De Marcelo Mirisola em sua crônica semanal publicada no Congresso em Foco. Thank you Satan é o nome do escrito. Sugiro a leitura.

Hoje

tem lançamento da segunda edição do livro Meninos de Kichute , de Márcio Américo , no Espaço Parlapatões, em São Paulo.

Grinderman 2

Viram que o segundo álbum do Grinderman sai no próximo dia 14 de setembro? Os senhores sabem, Grinderman é o projeto, por assim dizer, cru de Nick Cave , que comporta os bad seeds Martyn Casey (baixo), Warren Ellis (violino e guitarra) e Jim Sclavunos (bateria). Para preparar o terreno, "Heathen Child", o primeiro single de Grinderman 2 , chega às lojas no dia 30 de agosto, informa a Mute Records. É invejável a constância – e o alto nível de resultado - com que um sujeito como Cave produz. Notem o que aconteceu só nos últimos quatro anos: estreia fonográfica do Grinderman em 2007, Dig, Lazarus, Dig!!!, ótimo disco dos Bad Seeds lançado em 2008; The Death of Bunny Munro , romance – o segundo da carreira literária do cara - editado no ano passado, e que a editora Record promete colocar em mercado brasileiro ainda em 2010; e a trilha sonora, composta em parceria com Warren Ellis, do filme The Road (2009).

Uma versão em português, gata

Via Facebook, a amiga Juliana Salty lembra da versão em português de "Wild Thing", canção de Chip Taylor gravada originalmente pelos The Wild Ones em 1965 e que todo mundo conhece nas vozes de gente como The Troggs e Jimi Hendrix. "Gata, gatinha louca, gata selvagem/gata eu te adoro/um dia você verá/venha, vamos amar/eu te amo", dizem, em idioma pátrio, os The Brazilian Bitles nos idos de 1967. É demais isso.

Roberto Piva (1937- 2010)

Manhã preguiçosa de domingo. Não sei o que é internet desde o início da tarde de sábado. Me perdi pela cidade, sorvendo música e encantos. Saibo só agora da morte do poeta – às 15h30 de ontem, a essa hora seu corpo já ardeu no crematório. Reverente, vou à estante, saco do livro 20 poemas com brócoli , abro à sorte e o que surge é lido em voz alta: XX (Roberto Piva) vocês estão cegos graças ao temor olhares mortos sugando-me o sangue não serei vossa sobremesa nesta curta temporada no inferno eu quero que seus rostos cantem eu quero que seus corações explodam em línguas de fogo meu silêncio é um galope de búfalos meu amor cometa nômade de riso indomável façam seus orifícios cantarem o hino à estrela da manhã torres & cabanas onde foi flechado o arco-íris eu abandonei o passado a esperança a memória o vazio da década de 70 sou um navio lançado ao alto-mar das futuras combinações

Sim, adoramos roupas

Elvis Presley em ação na academia de karatê (acima) e a camiseta do estabelecimento que tinha o rei do rock como um dos alunos E essa coleção bacanuda de camisetas vintage inspirada pelo o que figuras como Elvis Presley, Frank Zappa, Iggy Pop, Bebe Buell, The Ramones, Debbie Harry, John Lennon, Marc Bolan, entre tantos outros, usaram em palcos, camarins, fotos de divulgação, quartos de hotel, na rua, etc? Sim, a devoção à cultura pop também passa pela roupa da rapaziada, e os machões não precisam sofrer com isso. Mirem-se no exemplo das moças, marmanjos tensos. Quisera eu várias peças do catálogo. E vocês?

Angeli